Cemitério Britânico
O Cemitério Britânico de Salvador (British Cemetery), mais conhecido como Cemitério dos Ingleses, fica na Ladeira da Barra, com uma bela vista para a Baía de Todos os Santos. Inclui uma Capela do século 19.
A principal razão da existência desse Cemitério é a diferença de religião, na época. Ao chegarem no início do século 19, os imigrantes britânicos eram protestantes, da Igreja Anglicana, e construíram sua própria Capela no Campo Grande.
Em 1810, o Príncipe Regente D. João concedeu aos britânicos residentes no Brasil o direito de estabelecer seus próprios cemitérios.
Em 8 de fevereiro de 1811, o Conde dos Arcos, então, governador da Bahia, autorizou a criação desse Cemitério. O terreno, em que ele foi instalado, pertencia à Igreja de Santo Antônio da Barra. Em 1814, o Conde dos Arcos doou esse terreno para a comunidade britânica na Bahia.
Os alemães e suíços também construíram o Cemitério dos Estrangeiros, em frente ao Campo Santo, em 1851.
No Cemitério Britânico foram sepultadas várias pessoas ilustres, como, John Ligertwood Paterson, um dos fundadores da Escola Tropicalista Baiana, e Edward Pellew Wilson, fundador da empresa de navegação Wilson & Sons. Em maio de 1832, dois companheiros de Charles Darwin, da expedição do Beagle, Jones e Charles Musters, foram sepultados aqui. Alguns ex-consules britânicos e estadunidenses também foram sepultados no Cemitério, além de membros da comunidade judaica em Salvador.
Esse sítio histórico foi tombado, em 1993, pelo Governo da Bahia e restaurado em 2006, com recursos do Estado e da Fundação Clemente Mariani. Desde 2010, é administrado pela Associação da Igreja de São Jorge e Cemitério Britânico, uma ONG sem vínculo direto com a Paróquia Anglicana, em Salvador. É aberto à visitação pública e, para entrar, basta tocar o sino do portão.
Parte do interior do Cemitério, com suas cruzes, e a Capela, ao fundo. Note a cruz celta (com uma auréola), logo à frente. Os celtas eram um dos antigos povos que habitavam as Ilhas Britânicas. Não se sabe a origem real desse estilo de cruz, mas era muito usado pelos cristãos britânicos na Idade Média e houve um resurgimento de seu uso no século 19.
British Cemetery
O Cemitério Britânico em fotografia de Sabrina Gledhill, com a Igreja de Santo Antônio da Barra, ao fundo.
O Cemitério encoberto por árvores, entre a Igreja e o Yacht Clube. Em 1938, o nível inferior do Cemitério foi desapropriado pelo Município para a construção do acesso ao Clube.
Nessa ilustração de 1835, por Ouseley, vê-se o Cemitério com o que parece ser um portal, inexistente nas fotografias da segunda metade do século 19. Talvez fosse uma antiga entrada pelo outeiro da Igreja de Santo Antônio da Barra.
A entrada do Cemitério pela Ladeira da Barra. Para visitar, basta tocar o sino do portão. Embaixo, vista do muro na Ladeira, em 2014. Esse muro não deve ser modificado por dois motivos: ele existe há mais de dois séculos e várias lápides de mármore estão nele embutidas.
O Cemitério, em 1860, em fotografia de Ben Mulock. A Capela do Cemitério está no centro da foto (clique para ampliar).
Na Barra
Bairro da Barra
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Sabrina Gledhill